O Distorcer da mídia

1. A mídia tem o papel de manter a população informada. A população, por outro lado, não deve se colocar como mera receptora passiva daquilo que é veiculado pelos meios de comunicação. Para tanto, é necessário que cada pessoa exercite sua atitude crítica, filtrando as informações recebidas, questionando-as, fazendo um contraponto e buscando, na opinião pública, uma opinião própria, particular, com a qual se identifique e na qual acredite. Porém, o que normalmente ocorre é o oposto. A mídia costuma distorcer os dados e descrevê-los incompletos. O público, de outro lado, acaba por recebê-los como descrição fiel da realidade.
Isso prejudica o entendimento dessa ferramenta, fazendo com que ela, a mídia, seja utilizada como mecanismo de manipulação e de alienação. Podemos dizer que os meios de comunicação são apenas informa não forma.
A diferença e bem tênue - Informar faz com que as noticias sejam apenas transmitida, mas não necessariamente faz com quem recebe essas informações entendam do que se trata, por exemplo: Bolsa de valores. Muitas vezes os jornais falam sobre as quedas e as altas da bolsa de valores, mas poucos entendem em que isso influenciará em suas vidas e também não entende qual é o significado.

Wellingtom Braga

Abaixo, uma matéria do blogueiro Lucas Deoli do Rio de Janeiro no Blog Cultura digital, onde ele, detalhadamente, descreve uma palestra do Marcelo Tas, vale à pena conferir!

Marcelo Tas, O Homem Mídia

O apresentador e âncora do CQC, Marcelo Tas, foi o palestrante do tema “Redes Sociais: virtudes e efeitos colaterais da nova comunicação digital", promovida por Diálogos Universitários, no dia 17 de agosto, na UERJ.

Através de um painel, Marcelo Tas dividiu sua explanação sobre a era digital em oito tópicos: Inovação, Interatividade, Quantidade, Mobilidade, Virtudes (oportunidades), Colaboração, Transparência e O Futuro.

Segue cada tópico discutido por ele na palestra:

INOVAÇÃO

Marcelo Tas perguntou se todos se lembravam do primeiro dia de aula e propôs essa memória no intuito de comparar o fato de uma criança ir para a escola pela primeira vez nos dias de hoje e de ontem e a fim de apontar quais as diferenças de comportamento de professores, alunos, diretores, empreendedores, etc.

“Quais as diferenças do consumo de informação ontem e hoje?”, pergunta Tas.

No painel, ele diferencia: Ontem: rádio, TV, telefone, toca-discos, jornal; Hoje: internet, games, celular, MSN, MP3, comunidades.

“No caso da TV, o conteúdo vem até o público. Hoje, o indivíduo vai até as notícias, a hora que quiser, quando quiser. Eu crio, eu corrijo, às vezes, dou furo no jornal. Você acaba influenciando o que antes era apenas sua fonte de informação”, diz ele.

INTERATIVIDADE

Tas define interatividade como uma “maior quantidade de informação que é atirada na nossa cara a toda hora”:

_ A quantidade de informações vem crescendo. Hoje, você escreve, produz vídeo até em HD e produz cada vez mais informações. A gente não só produz como consegue publicar.”

QUANTIDADE ► VELOCIDADE

Em 1988, surgia a Internet. Nesta época, Marcelo Tas fazia o primeiro curso de mídias interativas em Nova York e conta, que ao entrar numa sala, havia caixas com um símbolo de uma maça mordida pela metade. Eram computadores e o início da internet.

“Quando você olha para trás, vê que essas mudanças são muito recentes. O importante é não ter preconceito e não fechar os olhos para as coisas que estão na nossa frente. Devemos olhar em perspectiva essa mudança que estamos vivendo”, opina.

Tas classifica o cientista britânico, Alec Reeves e Arthur C. Clarke, escritor de ficção científica como os mais nerds da história. Alec Reeves criou o Pulse Code Modulation (código de modulação de pulso), em 1938, permitindo a transmissão de dados em formato binário.

“A pirataria começou por causa dele.”, diz bem humorado.

Já o escritor Arthur C. Clarke, autor do conto The Sentinel, que deu origem ao filme “2001 – Uma Odisséia no Espaço”, escreveu um artigo sobre o uso de satélite geoestacionário como futura ferramenta para desenvolver as telecomunicações, na revistaWireless World, em Outubro de 1945.

MOBILIDADE

“Mobilidade é uma coisa que a gente acha que existe desde sempre, mas vocês se lembram do famoso tijolão? Depois veio o Statak da Motorola e as pessoas ficavam suspirando pelo aparelho, veio o celular com câmera. Surgiram ss cyber espaços que cresceram e são cada vez mais existentes”, explica.

“E o professor? O que vai acontecer com o professor? Com o médico? Com o empreendedor? O professor, o médico, o empreendedor têm a chance de compartilhar, de aprender e trocar informações. O computador vai entrando na sala de aula.”

“Eu lembro quando as pessoas começaram a perguntar se o livro impresso iria acabar, mas esquecem que o primeiro site, www.amazon.com, começou vendendo livros (impressos). Hoje, vende outras coisas também.

Não tem esse negócio que vai acabar uma coisa porque chegou outra. É uma nova oportunidade. Só vai mudar o jeito como eu falo com eles”, diz.

“Os equipamentos estão cada vez mais interativos, permitindo as pessoas produzirem e publicar conteúdo. Hoje em dia existe muita gente famosa que a gente não conhece. Um exemplo é o Rafinha Bastos que tinha um grande acesso na web bem antes do CQC.
Vou dar um conselho a vocês aqui: vocês podem publicar seu trabalho na web sem esperar que a TV chame!”

Tas continua aconselhando sempre bem humorado: “Quem quiser entender a inclusão digital, precisa ter muitos filhos (risos). Eu estou falando sério. É o único jeito de se manter atualizado”.

VIRTUDES (OPORTUNIDADES)

“Colaboração é a palavra. O twitter foi criado em 2006 e cresceu em 2010, disparando de repente. São dois bilhões de textos postados no twitter”, afirma.

“Para mim o twitter não tem limites, vai além dos 140 caracteres. Eu tenho o twitter desde 2007. Existe um e-book, escrito por Juliano Spyer, chamado “Tudo o que você precisa saber sobre o Twitter”, prefaciado por mim, que é um guia para quem quer entender essa ferramenta.”

COLABORAÇÃO

A rede é ativa. Milhares de pessoas escrevem, publicam textos, vídeos, fotos e sempre têm retorno, seja crítica, opinião, apoio, sugestões, entre outros.

“– Se você cutuca a sua rede, você recebe de volta. Se você explora a rede, ela aparece na sua frente”, diz Tas.

TRANSPARÊNCIA

“Estamos muito mais vulneráveis à rede. O CQC estreou ao vivo em plena era digital. As matérias do CQC estão dentro das universidades, que estão discutindo os assuntos abordados no programa.
Os jovens que não liam mais jornal, começaram a se interessar, inclusive por política, por causa do programa”, diz um Tas orgulhoso e ao mesmo tempo consciente do seu papel de formador de opinião”.

E continua: “A imprensa, o pai, o professor, o empreendedor têm que saber ouvir a rede e não proibir, não fechar comunidades”.

O FUTURO

Para falar sobre o futuro, Marcelo Tas mostra no painel uma personagem do desenho Os Jetsons se comunicando por um aparelho que, na opinião dele, seria hoje uma espécie de skype: “Isso é um exemplo de futuro”, diz.

E mais uma vez aconselha os jovens na platéia:
“Quem vive muito ansioso com o futuro ou angustiado com o passado, qual é o único lugar que você tem que ficar? No presente. É uma tarefa muito difícil. Às vezes, a gente perde a chance de estar com as pessoas que vão transformar nossas vidas. A minha vida profissional foi feita com pessoas que estiveram do meu lado”, finaliza.